Segunda feira, 6 de junho de 2011
RAINHAS FARAÓS PODEROSAS DO ANTIGO EGITO
HATSHEPSUT A MAIS IMPORTANTE
A
mulher na sociedade egípcia teve um papel muito importante e recebia
praticamente os mesmos direitos dos homens o que não ocorria em outras
civilizações da mesma época. A mulher no antigo Egito chegou a postos
que só foram alcançados pelas mulheres novamente na sociedade moderna
atual. Havia muitos postos de trabalho e de destaque para as mulheres
egípcias. Hatshepsut assumiu um deles e é considerada a primeira mulher a
receber o título de faraó do Egito.
Segundo
Morley e Salariya, 1999 – P. 34, “As mulheres eram bem tratadas no
Antigo Egito. Elas podiam receber uma remuneração e ter propriedades. A
lei egípcia reconhecia seus direitos e elas podiam ir aos tribunais
reclamá-los, se sentissem que estavam sendo tratadas de forma injusta.
Era esperado que os maridos permitissem as suas esposas irem aonde
quisessem e fazer o que desejassem. As mulheres nas famílias mais pobres
tinham de trabalhar em casa, nos campos, ou ajudando no ofício de seus
maridos. Elas faziam muitas coisas que podiam ser usadas em trocas, de
forma que contribuíam muito para o ganho da família. As mulheres mais
ricas se orgulhavam em não ter de trabalhar. A função de uma sacerdotisa
era considerada uma honra e não um trabalho. Do ponto de vista moderno,
as mulheres não tinham os mesmos direitos dos homens. Muitas eram bem
educadas, mas não eram treinadas como escribas e a maioria das carreiras
eram vetadas a elas. Uma mulher poderia se tornar faraó mais isso era
extremamente raro.
MULHERES FARAÓS
Nitócris, a primeira mulher consagrada faraó subiu ao trono 2184 a.C
Merit Neith
Sobek-Neferu – mulher faraó reinou de 1790-1785 a.C
Hatshepsut, rainha faraó reinou de 1490-1468 a.C
Tausert, a última rainha faraó reinou de 1196-1188 a.C
Cleopatra VII, última faraó grega da época Pitolomaica mais ou menos 30 a.c.
A RAINHA NITÓCRIS
Quando Heródoto esteve no Egito ouviu
falar, através dos sacerdotes com quem conversou, de uma antiga soberana
egípcia quase mítica, a rainha Nitócris. Sobre ela, o pai da História
escreveu que “entre os trezentos e trinta reis que governaram o Egito
depois de Menes, figuram dezoito Etíopes e uma mulher natural do país.
Todos os outros eram homens e Egípcios. A mulher chamava-se Nitócris,
como a Rainha da Babilônia”.
De acordo com Maneton, historiador
egípcio da antiguidade que fez uma lista dos faraós, esta rainha teria
reinado no final da VI dinastia (por volta de 2130 a.C.) por pouco tempo
– nos anais reais do período raméssida está escrito que Nitócris reinou
por dois anos, um mês e um dia – e subiu ao trono após o assassinato do
irmão, o faraó Merenre II.
Sarcófago da Rainha Faraó Nitócris
Maneton destacou também a beleza e a
bravura da rainha: “Houve uma mulher Nitócris, que reinou; ela era mais
corajosa que todos os homens de seu tempo e a mais bela de todas as
mulheres; tinha o físico de uma loura de faces rosadas”. Cabe destacar, a
respeito desta descrição física de Nitócris feita por Maneton – uma
egípcia loura – que a mesma possui fundamentação arqueológica, visto que
as pinturas encontradas em tumbas da V dinastia mostram princesas
egípcias enfeitadas com perucas de cabelos claros. Esta Rainha costruiu a terceira Pirâmide.
Entretanto, o final do reinado da
corajosa Nitócris foi trágico: a rainha vingou-se dos assassinos do
irmão através de uma armadilha e em seguida suicidou-se. Heródoto
escreveu sobre esse episódio em sua obra sobre o Egito:
Depois
de haverem matado o rei, irmão de Nitócris, coroaram-na rainha, e ela,
para vingar a morte do irmão, fez perecer, por um artifício, grande
numero de Egípcios. Mandou construir uma vasta galeria subterrânea e,
sob o pretexto de inaugurá-la, convidou para um banquete vários Egípcios
que ela sabia terem sido os principais autores da morte do irmão.
Quando eles se achavam à mesa, fez penetrar até o recinto as águas do
rio, por um grande canal secreto. Quase mais nada se diz sobre essa
princesa, senão que, depois de ter perpetrado essa vingança,
precipitou-se num cubículo cheio de brasas, para subtrair-se à vingança
do povo”.
Após o reinado de Nitócris o Egito
mergulhou na guerra civil. Era o fim do Antigo Império e início do
Primeiro Período Intermediário. Aproximadamente mil anos após a
unificação por Menes era a primeira vez que o Estado egípcio se
desorganizava.
Merit-Neith, uma das faraó do Egito
Maneton, um sacerdote da época tardia, dividiu os faraós do Egito em trinta e uma dinastias, perpetuando uma tradição segunda a qual fora promulgada uma lei na segunda dinastia, afirmando que as mulheres podiam exercer as funções régias.
Os faraós da 1ª dinastia possuem duas sepulturas, uma em Saqqara, próxima ao Cairo; a outra em Abidos, no médio Egito. Um túmulo ao norte, o outro ao sul, para recordar que o faraó devia unir os dois pólos complementares. Uma das duas moradas da eternidade servia para a perenidade do corpo luminoso e invisível do monarca e a outra para repouso do seu corpo mumificado.
Eis o enigma... Uma mulher Merit-Neith "a amada da deusa Neith", possui um túmulo em Abidos e outro em Saqqara. Só um faraó podia ter esse privilégio.
O túmulo em Abidus – mede 19m x 16m, construído no fundo de um poço, com paredes revestidas de tijolos, uma das maiores e mais bem construídas sepulturas reais dessa época. Entre as paredes de tijolos existem 8 capelas de forma alongada onde estavam colocados objetos rituais como ânforas e outros recipientes. No solo da câmara funerária havia uma espécie de parquet e era protegida por um telhado de madeira. Não faltavam estelas em memória do defunto.
Merit-Neith é o 3º faraó da 1ª dinastia e o 1º faraó do sexo feminino*. Nas estelas da faraó falta a representação do falcão Hórus, protetor dos faraós, que pode ser devido a presença da deusa Neith no seu nome para justificar essa ausência. Sob a proteção de Neith, uma mulher que ascenda ao poder é uma personalidade autônoma, tanto mais que o próprio faraó é definido como:
*Um poder divino cujas orientações regem a nossa vida, o pai e a mãe, único e sem igual
*rainhas
*mães de reis ou
*personalidades da corte.
Provando o respeito pela mulher e ao mesmo tempo a sua eminente posição nas altas esferas do Estado. Uma dessas rainhas esposa do último faraó da 2ª dinastia cerca de 2700 a.C merece especial menção:
Ny-Hepet-Maât – considerada a antepassada da 3ª dinastia, embora nada se saiba a seu respeito, apesar do seu nome ser revelador: "o leme" desde que os egípcio diziam o "navio do Estado" , pois o Nilo era o rio nutriente e a grande via de circulacão e o fato de uma rainha ser chamada "o leme" demostra que era capaz de orientar corretamente o barco. É também assimilada à deusa Maât, a base da civilização egípcia.
Para o historiador, a rainha Ny-Hepet-Maât, como Merit-Neith, não passa de uma sombra fugaz, mas graças aos seus nomes, essas mulheres encarnam a grandeza da aventura egípcia e fornecem-nos a chave para a sua decifração. O fato de Maât ser uma deusa e de as rainhas do Egito serem as suas encarnações terrestres, significa que confiavam à mulher a mais vital das responsabilidades.
Mulheres – as escavações arqueológicas revelaram várias sepulturas de mulheres das 1ªs. dinastias
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IMPONENTE EXPRESSÃO DO PODER REAL
Hatchepsut ou
Hatshepsut foi uma grande esposa real, regente e Faraó do Antigo Egito. Viveu no começo do século XV a.C, pertencendo à XVIII Dinastia do Império Novo. O seu reinado, de cerca de vinte e dois anos, corresponde a uma era de prosperidade económica e relativo clima de paz.
O Templo mortuário de HATSHEPSUT se esgue sobre um penhasco desértico em
Deir El Bahri. Inscrições em relevo nos pórticos registram os grandes
triunfos do seu reinado de 22 anos.
Dado o esquecimento que se abateu sobre Hatshepsut, soa como pungente ironia saber quanto essa mulher-faraó se empenhou em ser lembrada. Ela, que se encontra entre os maiores edificadores de uma das mais pujantes dinastias egípcias, parece ter tido mais medo do anonimato do que da morte. Hatshepsut ergueu e renovou templos e santuá-rios desde o Sinai até a Núbia. Os quatro obeliscos de granito que mandou erigir no vasto templo do grande deus Amon, em Karnak, contavam-se entre os mais majestosos de seu tempo. Hatshepsut encomendou centenas de estátuas de si mesma e deixou testemunhos inscritos na pedra sobre sua ascendência, seus títulos, sua história - tanto a verdadeira quanto a forjada -, e até mesmo sobre seus pensamentos e anseios, os quais ela por vezes confidenciava com candor inaudito. As manifestações das inquietudes da governante inscritas em seu obelisco ainda ressoam com uma quase charmosa insegurança: "Meu coração palpita de preocupação só de pensar no que dirão as futuras gerações. Aqueles que hão de ver meus monumentos nos anos vindouros e tecer comentários sobre meus feitos".
Muitas incertezas cercam a história dos primórdios do Novo Império, mas é patente que, à época do nascimento de Hatshepsut, o poder egípcio estava se ampliando. Ahmose, seu possível avô e fundador da XVIIIª dinastia, tinha expulsado os temíveis hicsos, uma tribo asiática que ocupara a porção norte do vale do Nilo por dois séculos. Como o filho de Ahmose, Amenófis I, não produziu um herdeiro que o sucedesse, acredita-se que um general amedrontador conhecido como Tutmósis foi guindado ao nível da realeza depois de se casar com uma princesa.
Hatshepsut era a filha mais velha de Tutmósis I, cuja Magnífica Esposa Real, rainha Ahmose, era parenta próxima do rei Ahmose. Mas Tutmósis I também tinha um filho de outra rainha, Mutnofret, e esse garoto, Tutmósis II, herdou a coroa quando seu pai "descansou da vida", segundo o eufemismo egípcio. Seguindo um método comum de fortalecer a linhagem real - e sem nenhum dos escrúpulos modernos quanto à união carnal entre irmãos -, Tutmósis II e Hatshepsut se casaram. Eles tiveram uma filha, sendo que Tutmósis II teve com uma esposa secundária, Isis, o herdeiro homem que Hatshepsut não lhe deu.
Tutmósis II não governou por muito tempo e, ao ser despachado para o além por um ataque do coração, segundo diagnóstico feito 3,5 mil anos depois por um tomógrafo, seu herdeiro, Tutmósis III, não passava de um menino. De acordo com a tradição, Hatshepsut assumiu o controle do poder na qualidade de rainha regente.
Assim teve início um dos mais intrigantes períodos da história do Antigo Egito. No começo, Hatshepsut agiu em benefício de seu enteado, ciosa em respeitar as convenções sob as quais as rainhas anteriores haviam conduzido os assuntos políticos enquanto os infantes se criavam. Depois de alguns anos, porém, surgiram sinais de que a regência da rainha seria diferente. Relevos desses primeiros tempos representam-na desempenhando funções reais, como realizar oferendas aos deuses e extrair como magia obeliscos de pedreiras de granito vermelho em Assuã. Depois de alguns anos ela havia assumido o papel de "rei" do Egito, o poder supremo local. Seu enteado - que a essa altura já devia ser capaz de assumir o trono foi relegado à posição de segundo-em-chefe. Hatshepsut então governou por um total de 22 anos.
O que terá levado a mulher-faraó a romper de forma tão extrema com o tradicional papel de rainha regente? Uma crise social ou militar? Política dinástica? Injunções divinas da parte de Amon? Sede de poder? "Havia algo impelindo Hatshepsut a mudar a maneira como se fazia retratar nos monumentos públicos, mas não sabemos o que é", afirma Peter Dorman, destacado egiptólogo e presidente da Universidade Americana de Beirute. "Uma das coisas mais difíceis de adivinhar é o motivo que a instigava."
A hereditariedade pode ter a ver com isso. Em um mausoléu nas pedreiras de Gebel el Silsila, seu camareiro-chefe e arquiteto Senenmut refere-se a ela como "primogênita do rei", distinção que enfatiza sua posição na linhagem como herdeira sênior de Tutmósis I, em vez de principal esposa régia de Tutmósis II. Vale lembrar que Hatshepsut tinha sangue azul puro, aparentada que era do faraó Ahmose, ao passo que seu marido-irmão era o rebento de um rei adotado. Os egípcios acreditavam na divindade do faraó, e apenas Hatshepsut - e não seu enteado - tinha ligação biológica com a realeza divina.
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Tausert ou Twosret foi uma rainha egípcia da XIX Dinastia que à semelhança de Hatshepsut governou o Antigo Egito sozinha. O seu nome significa "A Poderosa".
As informações disponíveis sobre Tausert são escassas. Pensa-se que fosse uma princesa descendente da família de Ramsés II, que como se sabe teve inúmeros filhos das suas esposas e concubinas (supostamente mais de 150). Tausert foi casada com o Faraó Set II, filho de Merenpith.
O reinado de Seti II durou seis anos, sugerindo alguns autores que o
rei foi perturbado por um usurpador, Amenmosé, descendente de Ramsés II.
Set II teve três esposas. Com a sua primeira esposa, Takhat II, o
rei não teve filhos; com Tausert teve um filho que possivelmente morreu
ao nascimento, o príncipe Seti-Merenptah. Com uma mulher Siria, Sutailja, Seti II teve Sipth, que apenas governou durante seis anos. As análises à múmia de Siptah revelam que este rei teve uma fraca saúde, possuindo uma perna atrofiada em resultado de polimiolíte, sendo provável que o seu reinado tenha sido mais teórico do que efectivo.
Assim sendo, Tausert enquanto "Grande Esposa Real" de Seti II foi
regente face à menoridade e fraca saúde de Siptah. Tausert foi auxiliada
na sua acção governativa pelo Chanceller Bay, um escriba de Seti II de
ascendência síria. Quando Siptah faleceu, Tausert governou ainda durante
mais dois anos.
O nome da rainha encontra-se inscrito em monumentos da região do Delta do Nilo, no deserto do Sinai e na Núbia. A sul do Ramesseum, Tausert ordenou a construção de um templo funerário, que foi descoberto por
William Petrie.
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CLEOPATRA, A RAINHA DO EGITO DE ORIGEM GREGA
Cleópatra, a rainha grega do Egito. Provavelmente tudo que o mundo sabe sobre ela esteja errado. Muitas versões a descrevem como uma mulher fatal e de rara beleza. Alguns relatos valorizam, com certo exagero, a questão estética da jovem rainha. Quem era a verdadeira Cleópatra?
Cleópatra nasceu em Alexandria no Egito, a Alexandria de Cleópatra estava isolada do resto do Egito, limitada ao sul pelos pântanos e ao norte pelo mar mediterrâneo e tinha se tornado um oásis da cultura grega.
A época de Cleópatra era um mundo estranho, uma mistura de civilização Egípcia, Grega e Romana, Cleopátra era uma grega com 300 anos de ancestrais gregos, mais ela era a Rainha do Egito, uma terra que mal havia mudado desde a época das pirâmides, uma época complexa, para se manter no trono você tinha de ser adaptável, implacável, inteligente e um ótimo político e Cleópatra possuía todas essas características.
Fontes antigas indicam que Cleópatra era inteligente, charmosa, espirituosa, uma linguista, e o conjunto dessas qualidades junto com sua determinação tornou Cleópatra uma mulher famosa e não sua beleza.
Trezentos anos antes de Cleópatra governar o país mais rico do mundo, Alexandre, o grande, tinha acabado de conquistar o Egito. Desejoso de ser considerado uma divindade, o comandante militar dirigiu-se ao templo de Siwa – onde fora proclamado um deus pelo oráculo. Alexandre conquistou o maior império de toda história, dominando terras que iam da Europa a Índia. Cleópatra certamente inspirou seus objetivos, sobretudo políticos, as façanhas alcançadas por Alexandre, o maior líder militar que o mundo já conheceu. Ela era ambiciosa, determinada e inteligente, mas sua aparência não era de uma mulher fatal (veja a ilustração acima).
Origem e família da jovem rainha
Cleópatra era descendente dos reis gregos do Egito, os ptolomáicos. Ela nasceu em Alexandria. Seus cabelos eram avermelhados, a ilustração acima não mostra a rainha utilizando-se de jóias. Definitivamente, estas não são características de uma mulher fatal. Por outro lado, uma harmoniosa combinação de: espiritualidade, determinação e inteligência tornaram Cleópatra à mulher mais famosa do mundo. A localização dos ancestrais da jovem rainha fica a oitocentos quilômetros de Alexandria, na ilha de Filae. Nesta região, durante 300 anos, foram construídos templos dedicados aos XII Ptolomeus. Ptomoleu III foi o ultimo grande faraó da era ptolomáica, reconquistando grande riqueza que havia sido perdida para outras civilizações. Ptolomeu IV foi um grande fracassado que perdera grande parte das riquezas do Egito antigo.
O pai de Cleópatra, Ptolomeu XII, era conhecido como “o tocador de flauta”. O tempo todo ele dava primazia em tocar o pequeno instrumento de sopro, evitando assim, as responsabilidades do governo. Aos dezoito anos de idade, Cleópatra perdeu seu pai. O testamento de Ptolomeu XII dizia que o Egito deveria ser governado por Cleópatra e seu irmão, Ptolomeu. Mas na prática isto não chegou a ocorrer. Os dois brigaram pela disputa ao poder.
O Romance com Julio César
Júlio César, poderoso general romano, acompanhou de perto as desavenças entre Cleópatra e seu irmão, e no palácio de Alexandria, mandou chamá-los para entender melhor a questão.
Fontes antigas nos revelam que Cleópatra chegou até César antes de seu irmão. Enrolada e escondida em um tapete, ela temia ser surpreendida pelo seu irmão. O general romano ficou impressionado com a jovem rainha. Desde então uma atração física começou a dominar o futuro casal.
Cleópatra estava determinada com a idéia de conquistar um grande império, como de Alexandre. O terrível incêndio que destruiu a biblioteca de Alexandria durante um conflito entre egípcios e romanos deixou a jovem rainha profundamente magoada, revelando seu apreço pelos livros, seu maior patrimônio era a inteligência.
Cesar adiou sua volta a Roma e juntou-se a Cleópatra para conhecer melhor o Egito. Decerto, Cleópatra queria impressionar o general romano com a grandeza e principalmente riqueza de seu país. Cleópatra era considerada uma deusa, César como seu acompanhante também era visto como um deus.
Uma Esperança de vida
Foi no cemitério de Sakara que César viu pela primeira vez uma múmia de perto. A crença na vida após a morte e a possibilidade da imortalidade com a preservação do corpo, é uma idéia que pode ter atraído César que já estava envelhecendo. O nobre casal passou por Tebas, Karnak e Luxor, locais de grande admiração do Egito antigo. Durante este longo passeio, César observou também os grandes campos de trigo do Egito, alimento suficiente para alimentar seu exército.
Os restos do templo de Cleópatra podem ser visto em Hermonts. Foi neste local que a democracia romana entraria em declínio.
Cleópatra em Roma
César agora era um deus que teria um filho com Cleópatra. Esta idéia de governar Roma como um deus contaminou os sucessores de César. Era o fim da democracia no senado romano. Cesário, filho de Cleópatra com César governaria um grande império como o de Alexandre. Era uma possibilidade que passou a ser uma obsessão da jovem rainha. Em Roma havia grandes comemorações que aconteciam como desfiles de triunfos. Num triunfo egípcio, Cleópatra presenciou sua irmã, Arsenob acorrentada pelo exército romano, em correntes de ouro.
Cleópatra amava César, não Roma. Arsenob era uma ptolomáica, derrotada por romanos, isto marcaria a vida da jovem rainha para sempre. Mas a esta altura, Cleópatra era o assunto em evidencia de Roma. César ganhou muito dinheiro e comprou muitas casas, construiu um templo com a estátua de Cleópatra e um belo jardim para sua amada. Isto revelava o quanto era verdadeiro seu amor pela rainha do Egito. Já por dois anos em Roma, Cleópatra – aliada ao homem mais poderoso do mundo – tornou-se a mulher mais poderosa do mundo. Parecia certo que seu filho, Cesário, herdaria um império de grandeza similar ao conquistado por Alexandre, o grande. A idéia de eliminar a república romana não agradou nenhum pouco o senado. César foi terrivelmente assassinado por inimigos políticos.
Marco Antônio, aliado do Casal e general de César, expôs ao senado romano que Cesário, filho de Cleópatra era o herdeiro legítimo de César. Otaviano (sobrinho de César) reclamou tal legitimidade. A beira duma guerra civil, Cleópatra voltou para o Egito com seu filho. O país mais rico do mundo estava em declínio econômico e político. Mas Cleópatra utilizou de toda sua habilidade administrativa para melhorar a situação explorando as estradas de comercio (com a extração do Pófiro) e a rota das caravanas, esta última, estabelecida desde a era ptolomáica. A rota das caravanas desempenhava um duplo objetivo econômico, além de abastecer o comercio local, era também a principal mantenedora dos luxos do palácio egípcio.
O romance com Marco Antônio
O general Marco Antônio precisava das riquezas do Egito para vencer seu principal inimigo, Otaviano e conquistar Roma. Ele solicitou um encontro com Cleópatra em Tarsus. Cleópatra aceitou o encontro, porém, de acordo com sua conveniência. Por outro lado, Cleópatra precisava de Marco Antonio para dar continuidade em seu plano de entregar um grande império a seu filho, Cesário. Em Alexandria, Cleópatra já voltou amante de Marco Antonio e grávida de gêmeos. O general partiu para uma batalha e deixou a rainha no Egito. Algum tempo depois, uma carta de Marco Antonio revelava que ele estava com outra mulher e tinha abandonado Cleópatra.
Aos 29 anos, mãe de três filhos pequenos, Cleópatra teve de adiar mais uma vez seus planos quanto ao futuro de Cesário. Foi nesta ocasião, em Dendera, que a rainha dedicou-se intensamente a religião, que no Egito antigo significava basicamente uma transição entre deuses e o faraó. O país teria prosperidade assegurada, desde que esta transição ocorresse de maneira harmoniosa e precisa. Dendera abriga uma imagem de Cleópatra fazendo oferendas aos deuses. Detalhe: normalmente os faraós apareciam em paredes de templos acompanhados de seus maridos ou esposas. Mas Cleópatra não era uma rainha qualquer, seu filho Cesário, é quem aparece ao seu lado.
A volta de Marco Antônio
Marco Antônio voltou tempos depois e pediu um novo encontro com Cleópatra. Ele ainda precisava das riquezas do Egito para vencer Otaviano. A rainha estava com a mente confusa, mesmo com toda dedicação em preparar um futuro prospero para Cesário, Cleópatra tinha sentimentos. Ela fora abandonada prestes a dar vida a dois filhos gêmeos. Mas sua determinação política venceu seus ressentimentos, aceitando assim, um novo encontro com Marco Antônio. Desta vez Cleópatra condicionou as riquezas do Egito a um grande acordo nupcial. Para ela ficou a região de Arnúbia, Chipre, Sinai, Armênia, Norte da África e Fenícia.
Territórios conquistados com o sangue romano tinham sido entregues a uma rainha egípcia. Isto causou fúria em Roma, alimentando com raiva às tropas lideradas por Otaviano que estava preparando um confronto final contra Marco Antonio. Nesta batalha, Otaviano sagrou-se vitorioso. Cleópatra chegou a acompanhar de perto o confronto, mas quando percebeu a eminente derrota de Marco Antonio, fugiu em sua nau capitânia. A rainha seguiu para Alexandria. Marco Antonio não conseguiu acompanha-la e perdeu-se no caminho, caindo em desespero. Cleópatra planejou uma viajem até a Índia, onde fundaria um novo império com sua riqueza. Era sua última chance.
Em Petra, Cleópatra foi surpreendida e suas embarcações (carregadas e prontas para ganhar o mar) foram incendiadas. Marco Antônio, preservando o estilo romano, entregou-se a espada e fora morrer aos braços de sua amada. Já havia uma tumba preparada para Cleópatra. Porém, sua morte faz parte de uma discussão interminável.
A morte de Cleópatra
Muitos textos antigos afirmam que ela tenha sido morta por meio de uma picada de cobra. (resta saber se por uma NAJA, ou uma VÍBORA). A Naja possui um veneno mais letal e sua picada é de difícil identificação. Já a Víbora provoca um inchaço grotesco, e, por esta razão, a morte por meio de uma víbora é descartada por estudiosos.
A morte por meio da picada da naja evitaria a exposição de Cleópatra num triunfo romano, conforme desejo de Otaviano. Cleópatra estava confinada num dos quartos do palácio e, tudo que era levado até ela era inspecionado para evitar seu suicídio. Mas de alguma forma, ela conseguira se matar conduzindo uma de suas mãos a uma “compota” onde uma naja estaria entre os frutos. Quando os soldados romanos de Otaviano entraram no quarto da rainha, ela já jazia morta e vestida com trajes reais. Otaviano nada pode fazer a não ser expor para seu poderio militar um retrato da rainha Cleópatra.
Os dois filhos gêmeos de Cleópatra perderam-se na história. Otaviano matou Cesário, impedindo definitivamente qualquer chance de prosperidade política para o filho da rainha. Alexandria deixou de ser um lugar dedicado ao saber, passando a ser uma mera província romana no Egito. Mas Cleópatra nunca fora esquecida. Ela era a rainha do antigo Egito.